Eficácia e segurança da imunoterapia para o tratamento do neuroblastoma: uma revisão sistemática

Eficácia e segurança da imunoterapia para o tratamento do neuroblastoma: uma revisão sistemática

O neuroblastoma representa o terceiro principal câncer infanto-juvenil, com altas taxas de mortalidade, recidivas e refratariedade. Esta revisão sistemática teve como propósito investigar estudos disponíveis na literatura científica para avaliar as evidências quanto à eficácia e à segurança da imunoterapia, uma das alternativas utilizadas no tratamento do neuroblastoma. A revisão foi realizada seguindo as diretrizes do PRISMA. Utilizou-se as bases de dados PubMed© e EMBASE para busca dos estudos, com a última realizada em março de 2025. Incluiu-se estudos randomizados e não randomizados publicados entre janeiro de 2015 e março de 2025, nos idiomas português e inglês. Estudos que não atenderam a esses critérios foram excluídos. Inicialmente, identificou-se 40 estudos e, após a leitura dos títulos e resumos, nove artigos foram selecionados para leitura na íntegra. A revisão foi registrada no PROSPERO (CRD420251016240). Seis estudos atenderam aos critérios de inclusão e foram considerados elegíveis para esta revisão. Utilizou-se a ferramenta ROBIS-1 para avaliar o risco de viés dos estudos incluídos. Os estudos incluíram um total de 1.004 pacientes e consistiam em ensaios clínicos randomizados, não randomizados e de desenho misto. Os protocolos analisados envolveram o uso de anticorpos monoclonais direcionados ao antígeno GD2, como o dinutuximabe e o dinutuximabe beta, administrados isoladamente ou em combinação com interleucina-2 ou com o fator estimulador de colônias de granulócitos e macrófagos, e utilização de células Tγδ, um tipo específico de célula T. Esta revisão sistemática identificou que a imunoterapia mostrou-se uma estratégia promissora no tratamento do neuroblastoma, contribuindo para o aumento das taxas de sobrevida global e sobrevida livre de eventos em determinados protocolos. Entretanto, a eficácia e a segurança variaram conforme o tipo de intervenção, sendo que algumas combinações terapêuticas, como o uso de IL-2, apresentaram maior incidência de toxicidades e efeitos adversos graves. Apesar de alguns estudos apontarem superioridade quimioimunoterapia e do transplante autólogo em tandem na fase de pós consolidação, a heterogeneidade das amostras e a escassez de ensaios clínicos de alta qualidade limitam conclusões definitivas. Assim, reforça-se a necessidade de estudos futuros, padronizados e com seguimento prolongado, para validar os benefícios e monitorar os riscos das abordagens imunoterapêuticas no neuroblastoma.

Trabalho de conclusão de curso apresentado à Faculdade Morgana Potrich como requisito para a obtenção do grau de Bacharel em Medicina.

TAVARES, Claudia Karoline De Souza

SANTANA, Gustavo Henrique Melo

GOMES, Lidia Tomaz Sousa

Edição do Autor

2025

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